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quarta-feira, 24 de março de 2010

As tecnologias de um F1

 
Os carros da Fórmula 1 são tão rápidos, atualmente, que pouco tem a ver com os automóveis comuns. A velha afirmação justificava a existência das corridas como laboratório da indústria deixou de valer: boa parte dos recursos usados nos carros de ponta não têm como ser aplicados aos que andam em ruas e estradas.



Freios, por exemplo. Na F-1 a eficiência é brutal - eles param um carro a 100 km/h em menos de 20 metros. Se fossem usados na rua, certamente provocariam um engavetamento - na mesma velocidade, um carro comum precisa de 40 metros para parar. Mas os de corrida só são eficientes quando aquecidos acima de 700º C, o que não é nada prático no dia-a-dia.



Outro ponto em que os Fórmula 1 se destacam é na aerodinâmica. Eles conseguem tanta pressão na vertical, a chamada downforce, que poderiam andar de cabeça para baixo. Ótimo para quem faz curvas a 300 km/h, mas nada que você possa aproveitar no dia-a-dia.



Asas para não voar - Todos aqueles penduricalhos que existem nos F-1 de hoje tentam minimizar a turbulência gerada pelas rodas descobertas, problema que não existe nos carros comuns. Para a indústria, a maior preocupação com a aerodinâmica é minimizar a resistência ao vento, para economizar combustível. Num carro de rua, andando até uns 120 km/h, aerofólios só servem de enfeite, além de aumentar o consumo.



Suspensão? Se você andar num F1 nem vai acreditar que o carro tem uma. Num carro de corrida, a missão de molas e amortecedores é manter as rodas coladas no chão. Conforto é uma palavra fora do vocabulário. Cada ondulação no asfalto bate duro na coluna do piloto. É de arrancar as obturações dos dentes.


Se tem uma coisa que faz com que os pilotos mereçam os milhões de dólares que recebem é o desconforto que passam numa corrida. Os carros são feitos sob medida, não têm um milímetro de espaço interior sobrando. O banco é moldado no corpo do piloto e nada macio. E, na hora de ir para a pista, os mecânicos apertam os cintos quase até ele parar de respirar.

Fragilidade - Mas, quem não gostaria de ter sob o capô os 800 e tantos cavalos de um motor campeão? Eu. O motor do meu carro não chega a ter um quinto dessa potência, mas possui qualidades que o de um F-1 não tem.

Para começar, se forem bem tratados, os motores de carros de rua são capazes de rodar mais de 200 mil quilômetros sem problemas. Já os dos bólidos de Alonso, Massa e seus companheiros, são que nem aquela mensagem do seriado Missão Impossível: se autodestróem depois de 1.200 km.

Os motores da F-1 podem ser poderosos, mas têm a fragilidade de um relógio de moça. Para render o máximo, sua peças têm que ser levíssimas e a resistência, o bastante para agüentar apenas duas corridas e suas curtas sessões de treinos. Se dependesse dos engenheiros, o vencedor de uma prova teria que chegar ao pódio a pé: o carro se desintegraria cem metros depois da bandeirada.



Portanto, dê o devido desconto aos comerciais que comemoram vitórias e títulos. Dependendo da perspectiva, o seu carrinho do dia-a-dia também é um vencedor.
(Autoesporte)

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