Novidade com fibra ótica pode começar a ser comercializada em breve.
Depois de 14 anos de pesquisa, a Unicamp criou uma fibra ótica especial que atesta a qualidade dos combustíveis. Desenvolvido pelo professor Carlos Suzuki, um sensor instalado no carro alerta o motorista sobre a qualidade do combustível.
“É uma tecnologia de instrumentação tão cara que, normalmente, é usado mais para pesquisa do que para fabricações. Nossa ideia foi de trabalhar em fibras especiais para que essa tecnologia pudesse ser mais acessível”, explica o professor da Unicamp Carlos Suzuki.
A fibra ótica recebe um revestimento simplesmente para proteger o material. Numa simulação feita em laboratório, ela entra em contato com diferentes tipos de combustíveis. A promessa é que ela indique rapidamente qual amostra foi adulterada e qual não foi.
Na tela do computador, está o painel de um carro com o dispositivo instalado. Um recipiente funciona como um tanque de combustível, onde a fibra é mergulhada.
Num carro real, a ponta da fibra ficará na boca do tanque. Um raio laser cruza o fio e chega até o combustível na hora do abastecimento. Ao tocá-lo, a fibra traz de volta um sinal, que vai ser analisado e revelar a qualidade daquele produto.
“O objetivo, realmente, é desenvolver um sensor que tenha a capacidade de captar qualquer tipo de adulteração”, afirma o professor da Unicamp Carlos Suzuki.
Já existe uma empresa interessada em comercializar o sensor. “O preço não vai ser nada de espantoso. É extremamente conveniente, principalmente pelo resultado que ele vai trazer”, garante o empresário Antônio Carlos Reinholz.
Por enquanto, funciona apenas com álcool e gasolina. O diesel virá numa próxima etapa. Enquanto isso não acontece, vale o conselho.
“Eu procuro colocar sempre nos mesmos postos, com uma bandeira que a gente tenha uma certa garantia. Evito postos que eu não conheço”, comenta uma motorista.
Se o consumidor quiser, todo posto é obrigado a fazer um teste com o combustível. É o teste da proveta, que determina a quantidade de álcool na gasolina, que não pode passar de 25%. Misturam-se 50 mililitros de gasolina com uma solução de água com sal – cloreto de sódio – mas leva 10 minutos para dar uma resposta.
“Aproximadamente um terço dos carros que chegam aqui com falhas no motor são devido a combustível adulterado”, afirma Cláudio Araraki, dono de uma oficina mecânica.
Nos motores comuns, a mistura da gasolina com o ar vai para as câmaras de combustão. Ali, depois de uma centelha que sai das velas, uma explosão faz o pistão descer e o carro andar. É um processo contínuo. Se a mistura é feita com combustível ruim, todo tipo de problema pode aparecer, desde falha no funcionamento do motor até a corrosão das peças.
Além do teste do combustível, o motorista deve desconfiar de preços baixos demais em comparação com outros postos; evitar abastecer nos fins de semana – quando há menos fiscais trabalhando para checar a qualidade – e sempre exigir uma nota fiscal na hora do abastecimento para se ter uma prova caso aconteça algo com o carro.
(G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário